O Redmi 4A é mais uma aposta da Xiaomi no mercado de smartphones de baixo custo. A linha Redmi abrange desde os mais modestos, como esse da análise, até intermediários bem interessantes, como o Note 4X.
O aparelho possui tela IPS de 5 polegadas, Snapdragon 425, 2GB de RAM e uma bateria interessante de 3120 mAh. Teoricamente, a configuração pode atender muito bem quem busca um smartphone para um uso básico. Mas como isso é refletido na prática?
Fiquei muito curioso para ver o que esse smartphone de US$ 100 entrega. Por que é tão barato? Será se é realmente bom? Vale a pena? Vou relatar minha experiência de pouco mais de duas semanas de uso nas linhas a seguir.
Design
Ao retirar da caixa, já dá para ter uma noção de que é um aparelho de baixo custo. A parte frontal segue o padrão da linha, mas nesse aqui, as bordas são um pouco maiores e os botões capacitivos não acendem. O corpo é composto inteiramente de plástico e distribuído em 139,9 cm de altura, 70,4 cm de largura e 8,5mm de espessura. O smartphone pesa apenas 131 g e no geral, transmite uma pegada confortável.
Os botões de volume estão localizados ao lado do de energia, na parte direita do aparelho. Em cima, temos a presença do conector para fone de ouvidos, um segundo microfone e, um bem-vindo sensor infravermelho. Na lateral esquerda encontra-se a gaveta híbrida (dois SIMs ou um SIM + Micro SD). O micro USB e o microfone principal ficam situados na parte de baixo, e, por último, o alto-falante – com qualidade mediana – fica situado na superfície traseira, onde é eventualmente tapado quanto a tarefa é assistir vídeo ou jogar.
Diferente do seu parente mais semelhante – o Redmi 4X – esse aqui não apresenta leitor biométrico, mas implementar esse sensor sacrificaria o seu baixíssimo custo.
Seu corpo não é feito de um plástico de alta qualidade, mas também não deixa a desejar. Ele transmite uma experiência razoavelmente boa no manuseio diário e sua textura não o deixa escorregadio nem com marcas de dedos. Por ser um aparelho de 5 polegadas, pode ser manuseado com uma única mão. Pessoas com mãos pequenas não vão sofrer tanto com esse aparelho.
Resumidamente, seu design é ok. Não existe nada comprometedor, mas também nada de grande destaque. O único ponto negativo são os seus botões, que passam uma leve sensação de fragilidade e pode ter seu funcionamento comprometido com o tempo, mas isso depende da forma que será usado o aparelho.
Hardware
A sua tela IPS tem 5 polegadas com resolução HD (720 x 1280), possui densidade de 296 ppi e ocupa cerca de 69% da frente do aparelho. Senti aqui uma calibração melhor do que no Redmi 4 Prime. O contraste é o característico das telas IPS, ou seja, o baixo custo conseguiu implementar uma tela decente. Além de que o software permite fazer algumas alterações superficiais nesse ponto.
Já testei aparelhos com ditas telas IPS, mas na prática, a experiência foi desagradável. Isso é diferente aqui. Os níveis de brilho são bons e não me senti muito prejudicado ao utilizar o aparelho debaixo do sol. Os ângulos de visão também não deixam a desejar e a resolução é adequada para o tamanho de tela, também não há problemas.
A Xiaomi não se destaca plenamente no quesito câmera quando comparada com as concorrentes Samsung ou Huawei, mas ela consegue entregar uma experiência satisfatória para a maioria dos usuários. Não é diferente no Redmi 4A; apesar o preço baixo, a câmera traseira de 13 MP f/2.2 entrega bons resultados para a sua categoria na maioria das vezes.
Há alguns pontos negativos sim: As fotos saem um pouco saturadas e o foco para objetos próximos é ruim; é preciso tentar várias vezes até conseguir um bom resultado e não apresenta detalhes muitos consistentes. Mas para o uso básico em redes sociais, ela atende muito bem. A câmera frontal não deixa desejar. Possui um bom ângulo de visão e entrega um resultado semelhante a todos os outros componentes da família Redmi.
O aplicativo de câmera é aceitável. A interface é de fácil manuseio e possui alguns modos. Infelizmente, o modo manual só permite alterar o modo de cena e o ISO.
Em comparação com o UMI Diamond, as câmeras do Redmi 4A ganha em todos os sentidos. Creio que nessa faixa de preço, essa seja a melhor câmera. Apesar dos pontos negativos, eles não vão influenciar drasticamente na experiência de uso, por isso, considero a sua qualidade como um ponto positivo.
Em se tratando de desempenho, o conjunto Snapdragon 425 de quatro núcleos operando a 1.4Ghz + 2GB de RAM é ideal para o uso básico. Não tive problemas com travamentos no uso de redes sociais, leitura e consumo de música e vídeos. O multitarefa também entrega o esperado; os aplicativos mais pesados precisam ser recarregados novamente, mas no uso simples, funciona bem.
Claramente, a GPU Adreno 308 não é recomendada para jogos pesados, mas resolvi testá-la no Breakneck, Modern Combat 5, Snowboard Party: World Tour, Last Day on Earth: Survival, Wor Robots, Critical Ops e MARVEL Torneio de Campeões.
O jogo mais difícil de rodar foi o Modern Combat 5. Foi necessário alterar as configurações visuais para poder melhorar a jogabilidade. Outro jogo que também necessitou uma alteração nas configurações foi o Last Day on Earth, mas a redução de qualidade não foi muito perceptível como no MC5. Os demais rodaram perfeitamente sem necessidade de alterar as configurações e manteve a qualidade dos gráficos.
Também foram realizados testes de benchmark e os resultados são os seguintes:
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Os 3120 mAh de bateria se mostraram muito bons no dia-a-dia sem jogos. Acessando redes sociais, fazendo streaming de áudio e vídeo pelo Wi-Fi, com alguns minutos de leitura, a bateria durou em média 38 horas com 9 horas de tela ligada. As otimizações presentes na MIUI juntamente com o processador de baixo consumo, proporcionam uma ótima duração de bateria no uso básico. Já em tarefas mais pesados, como jogar, a duração tende a cair.
Sistema
Os aparelhos da Xiaomi utilizam a interface modificada chamada MIUI. É sem dúvidas a modificação mais intensa do ecossistema Android, e isso tem vantagens e desvantagens. Esse aparelho está rodando a MIUI 8 com update confirmado para a versão 9.
Começando pelas vantagens: A MIUI tem várias funções que não são presentes no Android puro, a exemplo da possibilidade de clonar apps, pasta criptografada, bloqueio de apps e uma engine de temas. O sistema tem uma boa otimização de bateria e é estável, mas nos últimos meses, tem pecado no recebimento de atualizações.
A Xiaomi demora muito para lançar uma nova versão do Android, e isso acontece porque ela precisa adaptá-lo para a sua interface bastante modificada. Outra limitação é o seu launcher nativo, que não nos permite fazer grandes alterações ou até mesmo reduzir o tamanho enorme dos ícones. O gerenciamento de notificações é o principal defeito, na minha opinião: As interações possíveis que são presentes em outros aparelhos não aparecem aqui; não é possível responder uma mensagem diretamente da notificação, ou expandi-la, e isso não foi implementado nas primeiras atualizações da MIUI 9.
Apesar dos defeitos, há quem goste muito da MIUI e considera a melhor interface. Eu não compartilho dessa opinião por gosto pessoal, mas reconheço que é um sistema consistente com várias funções úteis de fábrica.
Conclusão
O Redmi 4A impressiona pela diferença entre pontos positivos e negativos. O baixo custo não proporcionou grandes defeitos e sem dúvidas, é o melhor da sua faixa de preço. Mas esse aparelho é destinado para usuários básicos, que não passam horas jogando grandes jogos ou consumindo aplicações pesadas. Fiquei surpreso com a experiência proporcionada, porque é difícil acreditar que um aparelho na faixa dos US$ 100 possa entregar uma experiência satisfatória no dia-a-dia.
Vale a pena? Sim, com certeza. Se você busca um smartphone bom e barato, desconheço opção melhor que essa atualmente. Caso tenha interesse em comprar aparelhos, os links para a Gearbest estão abaixo.