A Xiaomi é famosa por fabricar aparelhos bons com preço baixo, e a quarta geração da linha Redmi trás um aparelho com especificações interessantes e principalmente, uma bateria de alta capacidade. Nesta análise do Redmi 4 Prime, vou relatar minha experiência de uso em 4 meses e citar pontos positivos e negativos do aparelho.
Design
Em 2017, é praticamente lei um aparelho ter corpo parcial ou totalmente de alumínio. Seguindo a regra, o Redmi 4 Prime possui um corpo de alumínio unibody de 156g e tela de 5 polegadas. Ele é bem parecido com os aparelhos da linha Note e isso não é ruim. Ele é relativamente fino e leve, apesar de possuir uma bateria de 4100mAh, a pegada também não deixa a desejar e não escorrega facilmente.
A posição dos botões segue o padrão da marca: o sensor de digitais fica na parte de trás do aparelho, na lateral direita fica o botão de volume e bloqueio, na lateral esquerda tem a gaveta híbrida que é dual-SIM ou single-SIM + micro SD, na parte de cima temos o conector para fones de ouvido e um microfone secundário, na parte de baixo a entrada micro USB, ao lado do microfone principal e do alto falante, que não entrega uma experiência satisfatória. Talvez, a quinta geração desse aparelho traga o USB-C, já que não é algo muito esperado de um aparelho nessa faixa de preço anunciado no final de 2016.
A parte frontal do aparelho tem uma característica que pode incomodar algumas pessoas. A princípio, as bordas laterais são finas, mas quando liga a tela do aparelho, aparece as bordas do painel LCD. Os modelos escuros tentam disfarçar mais essa característica, mas pra mim deixou de ser incomodo em poucos dias de uso.
No mais, o aparelho possui botões capacitivos numa região relativamente grande que não acedem. Dava pra economizar um pouco mais de espaço sem sacrificar os botões capacitivos.
Sistema
O aparelho atualmente está rodando a versão 8.1.2.0 da MIUI, baseada no Android 6.0 tem promessa de atualização para a versão 7 dos sistema. Pra quem não conhece, a MIUI é basicamente a ROM mais customizada do universo Android. Você nem precisa se 
preocupar em que versão do Android o aparelho está, porque boa parte dos features são incorporados na versão da MIUI, ou seja, se um aparelho x roda o 5.0 e outro roda o 6.0, a chance de ter features diferentes é pequena.
Outro feature interessante é a possibilidade de instalar temas. Existem várias opções na loja e também é possível instalar via fonte externa.
O sistema trás nativamente a possibilidade de instalar dois aplicativos iguais no mesmo aparelho. Isso é útil para quem precisa de dois WhatsApps, por exemplo. Há também uma seção segura no gerenciador de arquivos, até a forma de encontrar é complicada: é necessário tocar e arrastar para baixo como se fosse atualizar a página, mas ao arrastar por mais um pouco, a pasta segura aparece, e caso seja o primeiro acesso, vai pedir para que seja configurado uma senha ou utilizar a biometria.
Há quem goste do Android puro, mas a MIUI tem tantas funções interessantes e um design diferente que vale a pena considerar, além de ser bem estável na maioria das vezes.
Hardware
O desempenho do aparelho é bem satisfatório. Me atendeu muito bem nos meses que usei e pra mim, esse é o conjunto ideal para quem busca uma boa experiência por um preço baixo. O aparelho possui um Snapdragon 625 octa-core de 2.0 GHz e memória RAM de 3GB. É possível utilizar por mais de dois dias e não se estressar com travadas. A bateria de 4100mAh é realmente impressionante, não precisei me preocupar em levar o carregador ao passar um dia todo fora de casa e em uso intenso, nunca consegui descarregar totalmente a bateria em um dia. Ela costuma descarregar totalmente depois de atingir entre 11 a 14 horas de tela ligada.
O smartphone não trás um carregador com Quick Charge, apesar do processador dar suporte. Por conta disso, demora cerca de 2h e 30 min para dar uma carga completa no aparelho.
As câmeras são razoáveis. A traseira possui 13MP e permite gravar em 1080p. De dia ela costuma tirar fotos com cores um pouco lavadas e com ruído que sacrifica um pouco os detalhes, mas a noite a situação é bem diferente, porque o ruído toma conta da foto. Já a frontal de 5MP foge mais do normal e entrega uma saturação aliada com um contraste não muito agradável. A Xiaomi não costuma trazer as melhores câmeras para essa faixa de preço, mas isso deveria se levado em consideração, porque há aparelhos com o mesmo hardware e com câmera melhores no mercado.
A tela do aparelho é uma IPS com resolução Full HD de 5 polegadas. Ela não tem o melhor equilíbrio de cores apesar de ser IPS, pois puxa um pouco para tons amarelados. Apesar disso, a sua densidade proporciona uma ótima definição, além de bons ângulos de visão. A tela é ideal para boa parte dos usuários, e a ausência de um painel melhor se dá por conta do baixo preço do aparelho.
Encerrando a parte de hardware, o leitor biométrico localizado na parte traseira funciona na maioria das vezes. Caso seu dedo esteja um pouco sujo ou molhado, não irá desbloquear de primeira. Eu senti falta de uma precisão maior, mas quando ele acerta, o desbloqueio é feito de forma bem rápida.
Conclusão
A variedade de celulares abaixo de 200 dólares no mercado chinês é grande, o que dificulta a escolha. Mas onde o Redmi 4 Prime se destaca? Por possuir um bom sistema e uma ótima bateria em conjunto do hardware satisfatório, ele irá atender boa parte do público que precisa de um celular para acesso às redes sociais e jogos medianos, mas em uso intenso, não é garantido a melhor experiência possível.
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